sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Silêncio dos Domingos - A Vidraça



Autor: Amaral, Lygia Barbiere
Editora: Para Todos

Categoria: Espiritualismo / Espiritualismo
Síndrome do pânico, obsessão, gravidez na adolescência, aborto, mal de Alzheimer e relacionamento entre pais e filhos são alguns dos ingredientes que compõem esta instigante obra. Uma trama ao mesmo tempo mágica e real, que poderia acontecer a qualquer um de nós. Aquele domingo mudou a vida de todos eles. Este livro também pode mudar a sua.

... "Os senhores conhecem a história da vidraça?
A platéia fez silêncio, convidando-o a continuar.
- Faz um tempo que recebi esta historinha de um amigo pela internet, mas é mais ou menos assim - ensaiou o dirigente. - Um certo dia, uma mulher se levantou da cama, olhou pela janela e, ao ver sua vizinha estendendo o lençol no varal, disse ao marido: "Veja, querido, essa gente não sabe nem como lavar direito um lençol! O pano está completamente encardido!" E assim, dia após dia, ela verificava as roupas de cama dos vizinhos no varal, repetindo sempre as mesmas observações. Até que, numa determinada manhã, ela abriu a boca espantada e exclamou: "Veja, querido! Eles finalmente aprenderam a lavar seus lençóis! Justo hoje que eu estava disposta a ir até lá para ensinar a eles como é que se faz!" E o marido, muito calmo, respondeu: "Não, querida, fui eu quem limpei as nossas vidraças ontem à noite..."


... Por isso, meus amigos - continuou o simpático rapaz -, devemos tomar muito cuidado com o que vemos através das vidraças de nossa condição evolutiva. Muitas vezes, além de limpar o vidro, é necessário trocar de óculos. E porque não olharmos para a pessoa que passa por dificuldades como uma criatura vivendo uma experiência necessária, como alguém que precisa de estímulo que lhe elimente a coragem e a resistência, em lugar da nossa arrogante piedade?


- Mas, então, como devemos agir diante do sofrimento? - inquiriu um senhor que ainda não havia se manifestado?


- Aceitando nossas dores de maneira resignada? - opinou novamente Cenyra?


- Talvez um pouco mais do que isso - avaliou o dirigente. - Não basta sofrer, achamos que temos de sofrer por que aprendemos erradamente, ao longo de muitas gerações, que o sofrer em si é uma coisa boa. É importante tentar descobrir as causas que provocaram o nosso sofrimento atual e lutar para combatê-las. Por que, no final das contas, é muito cômodo sofrer, chorar pelo que a vida fez com a gente, ao invés de assumir a responsabilidade por nossos próprios atos que nos levaram a passar por esta ou aquela dificuldade. Cabe, portanto, aquele que sofre, reagir, não se entregar simplesmente ao sofrimento, como se isso bastasse para o seu aperfeiçoamento. Precisamos ser fortes e corajosos, fazer frente ao que a colocou diante de nós. Nenhum pai envia um filho para executar uma tarefa sabendo que este filho não está apto a cumpri-la. Da mesma forma, Deus jamais nos dá provas superiores às nossas forças. Sabendo disso, devemos agir sempre como um soldado confiante em seus superiores, seguro de que eles sabem onde o enviam e por que o enviam.


... Deus é tão bom que jamais nos deixa sozinhos. Se a gente tem de passar por alguma alguma dificuldade, podem ter certeza de que sempre haverá em nosso caminho amigos ali especialmente posicionados para nos ajudar. Não só amigos encarnados como também amigos desencarnados, seres que nos acompanham desde que deixamos o plano espiritual dispostos a vivenciar mais uma experiência reencarnatória, que nos orientaram no planejamento desta experiência e que jamais nos abandonam."

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