quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Silêncio dos Domingos

Autor: Amaral, Lygia Barbiere
Editora: Para Todos

Categoria: Espiritualismo / Espiritualismo
Síndrome do pânico, obsessão, gravidez na adolescência, aborto, mal de Alzheimer e relacionamento entre pais e filhos são alguns dos ingredientes que compõem esta instigante obra. Uma trama ao mesmo tempo mágica e real, que poderia acontecer a qualquer um de nós. Aquele domingo mudou a vida de todos eles. Este livro também pode mudar a sua.

... Ela o tomou pelo braço e continuou a conduzi-lo por aquele corredor cheio de portas. ...


- Sabe, querido, todos nós carregamos muitas portas dentro de nós mesmos. Algumas guardam acontecimentos relativamente recentes, que de certa maneira nos marcaram na presente existência., como a que acabamos de abrir. Outras são mais profundas e precisam ser literalmente trancadas a sete chaves, sob o risco de nos enlouquecer com o que trazem dentro de si... Mas é preciso que tenhamos os controle sobre todas as portas. Mesmo que não as mantenhamos trancadas a chave, é necessário que permaneçam sempre fechadas. Podemos entrar quando necessário, mas não devemos jamais deixá-las encostadas ao sair. Caso contrário, qualquer vento inesperado pode fazer com que se escancarem, deixando vir à tona conteúdos que podem comprometer seriamente o nosso dia-a-dia...


Eles pararam diante de uma escada escura e retorcida, que parecia conduzir a andares inferiores, onde muitas portas batiam sem cessar. Vítor sentiu medo. 


- Eu não quero descer, vovó! - pediu morrendo de vontade de chorar.


Ela apertou sua mão, transmitindo-lhe força e carinho antes de responder:


- Às vezes, no entanto, querido, é preciso descer às profundezas de nós mesmos para descobrir a razão de certos comportamentos que carregamos na nossa essência, comportamentos esses que podem mesmo pôr a perder todo o compromisso de mudança que assumimos, quando decidimos iniciar novo capítulo na nossa trajetória evolutiva... Só indo até lá embaixo - ela apontou para a escada escura - podemos descobrir exatamente onde comprometemos a nossa liberdade de ser felizes na presente existência, onde se encontra a porta aberta que necessita ser fechada.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Carta










Autor: Nancy Puhlman Di Girolamo
Editora: Mundo Maior
É uma obra de vida, unimos dois livros em um "O Castelo das Aves Feridas" e "Aves Feridas na Terra Voam". Ambos expressam a mesma mensagem, o sentimento de gratidão aos espíritos destemidos que escolheram ou aceitaram as reencarnações difíceis, por amor a si próprio, portanto, preparados para o amor ao próximo. Esse livro conta à história de uma criança portadora de deficiência mental.
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Eu sou uma criança excepcional. Visivelmente não me apresento igual às outras da minha idade. Minha expressão facial, bem observada, fala de minhas dificuldades. Meus olhos não se fixam facilmente nos objetos. Meus movimentos são lerdos ou agitados, descoordenados e deselegantes. Quando vocês falam depressa ou usam expressões menos simples, eu não consigo acompanhá-los e fico confusa. Se tento me expandir, dizer o que sinto e o que quero, geralmente não encontro as palavras, ou as pronuncio de forma que os deixo impacientes.



Contudo me sensibilizam seus carinhos e atenções. Comunicamo-nos através do amor.


Necessito do amor de vocês, do convívio, da presença de vocês, talvez mais do que as outras crianças.


Notem bem. Do amor e não da piedade.


Por favor, sem nenhuma gota de orgulho, repito-lhes: - Não quero a piedade porque ela apequena ainda mais a vocês do que a mim. A piedade é um disfarce de revolta para com a lei de nosso Pai.


Convençam-se: eu quis nascer uma criança excepcional. Quis porque precisava muito dessa experiência. Meu espírito foi consultado e aceitou a situação como quem recebe uma flor do céu, a flor da redenção.


Vocês se esqueceram, mas eu venho lembrar-lhes: - Também foram escolhidos e consultados por motivos bem definidos. Vocês aceitaram participar dessa prova, pois precisavam dela tanto quanto eu.
Não me rejeitem, enviando-me para um internato, sob o pretexto de que ficarei mais bem cuidada. Se fizerem isso, nosso plano de renovação conjunta cairá por terra.


Vocês não perceberam que eu e todos os meus irmãos excepcionais também temos que desempenhar uma tarefa específica em favor da cultura, da ciência e da tecnologia humanas?


Não observam como os povos, os governos, os religiosos, os tecnólogos estão interessados em estudar e resolver esse "problema" da excepcionalidade?


Já refletiram que a nossa presença nas ruas, nas escolas, nos parques, nas oficinas, vem ajudar os homens a valorizar suas possibilidades livres e abrir novos rumos às noções de variabilidade e até mesmo de responsabilidade?


Notaram como falam de nós, atualmente, até com simpatia?


Tudo isso porque, em vez de nos isolarem, pais corajosos nos mostraram aos laboratórios, nos integraram como seres humanos nos seus grupos de convivência e pressionaram as inteligências dos estudiosos para atender à nossa crescente população.


Não fiquem tristes com minha exígua aparência. Nem pensem que não posso aprender, que vivo vegetando ou sofrendo. Nada disso! Creio mesmo que eu esteja aproveitando, mais do que vocês, desta existência. ...


... Suplico-lhes: Não façam por mim o que eu posso aprender a fazer sozinha.


Enquanto eu treino minhas poucas capacidades físicas, treinem vocês a paciência para me ajudar a participar. ...


... Deus não me deixaria reencarnar para essa experiência difícil, sem uma grande assistência dos anjos de luz. Frequentemente até os vejo, converso com eles e sorrio feliz. (Vocês pensam que estou falando sozinha ou rindo à toa). ...


... Ser excepecional não é ser doente. É ser diferente, entenderam? Diferente dos padrões considerados percentualmente normais....


Nota: Dedico esta postagem à querida Marilena Pessoa (na foto com seu "anjo") e ao querido China, meu amigo de tantos anos que é portador de paralisia cerebral e já me mostrou diversas vezes onde estão a minha mãe e a dele e usa a expressão IGU pra perguntar sobre meu filho, que ele conhece e adora desde pequeno. Meu amor eterno!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Você se considera um fracassado?


Imagino Que Você Queira Ser Feliz - Memórias de Um Anjo Guardião
Pelo Espírito de Caio Mário
Editora Alvorada Nova
Sinopse: Caio Mário, o mesmo autor de Minha Vida em Gestação, sob a orientação de Cairbar Schutel, ressalta a interação entre os dois planos da vida, sob o ponto de vista de um Anjo Guardião em relação ao seu tutelado. Conduz-nos a conhecer melhor o trabalho desse espírito protetor para dar-lhe o devido valor, aproveitando de forma voluntária e consciente sua ajuda e seus conselhos.
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- ... Sou um fracasso mesmo. Ou não? Diga-me que não.

- "Fracasso" é algo muito relativo. Façamos o contrário - definamos o que é "sucesso".

- Sucesso é ter vencido na vida, ter uma boa posição econômica, uma família estruturada, bons amigos... É isso.

- Simples assim?

- E não?

- Este é o presunçoso sucesso material, aquele que alguns, como você, juçgam essencial à vida, mas não é. Ter amigos e uma família estruturada somente são conseguidos se você tiver bom caráter e personalidade firme, calcando sua existência em atos cristãos. Sem isso, será somente uma ilusão a mais. Por outro lado, sucesso, meu amigo, é estar construindo uma bagagem espiritual de conquistas e créditos obtidos nas boas atitudes. Ao desencarnar, você não leva consigo bens materiais, mas tão-somente o que restou no seu saldo espiritual. Por isso, sucesso é triunfar na senda evolutiva, abandonando vícios e rompendo nefandas barreiras anticristãs. 

- E o fracasso? Ainda assim sou eu.

- Fracasso é parar de lutar. É dizer por antecipação que desistiu de lutar. Fracassar é encerrar o jogo da vida antes da morte. Isso é fracasso.
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Nota: Esta é mais uma das trocentas vezes que leio este livro e cada vez que leio aprendo uma coisa nova e me é útil em minha vida. É um dos meus livros preferidos e aconselho a todos que o tenham em sua "estante". E espero que lhes seja útil assim como tem sido para mim.

Beijos
Mel 

domingo, 6 de março de 2011

Memórias de um Suicida

Médium: Yvonne A. Pereira

Espírito: Camilo Castelo Branco

Páginas: 688

Sinopse: 
Neste livro, o autor Espiritual – Camilo Castelo Branco, sob a orientação do Espírito Léon Denis – descreve a sua dolorosa experiência no plano espiritual após a desencarnação resultante de suicídio, transmitindo valiosos ensinamentos, especialmente aos que se deixam avassalar pela idéia de pôr termo à existência física. Evidencia a grandeza da misericórdia divina em favor de Espíritos de suicidas arrependidos, proporcionando-lhes a oportunidade do conhecimento do Universo e da Vida na sua integral dimensão, por meio de cursos proporcionados pela Espiritualidade Superior em que são estudados a Gênese planetária, a evolução do Ser, a imortalidade da alma, a Moral Cristã, dentre outros temas relevantes para a compreensão de que “– Nenhuma tentativa para o reerguimento moral será eficiente se continuarmos presos à ignorância de nós mesmos.” Recomenda-se não interromper a leitura após o impacto inicial provocado pela descrição das dramáticas cenas expostas, pois o livro também demonstra que há sempre um caminho de retorno, de reconstrução, para os faltosos arrependidos. Há sempre a Esperança, porquanto a reabilitação é sempre possível.

Capítulo II
Os réprobos

Em geral aqueles que se arrojam ao suicídio, para sempre esperam livrar-se de dissabores julgados insuportáveis, de sofrimentos e problemas considerados insolúveis pela tibiez da vontade deseducada, que se acovarda em presença, muitas vezes, da vergonha do descrédito ou da desonra, dos remorsos deprimentes postos a enxovalharem a consciência, conseqüências de ações praticadas à revelia das leis do Bem e da Justiça.....

....As primeiras horas que se seguiram ao gesto brutal de que usei, para comigo mesmo, passaram-se sem que verdadeiramente eu pudesse dar acordo de mim. Meu Espírito, rudemente violentado, como que desmaiara, sofrendo ignóbil colapso......

....Pouco a pouco, senti ressuscitando das sombras confusas em que mergulhei meu pobre Espírito, após a queda do corpo físico, o atributo máximo que a Paternidade Divina impôs sobre aqueles que, no decorrer dos milênios, deverão refletir Sua imagem e semelhança; - a Consciência! a Memória! o divino dom de pensar!

Senti-me enregelar de frio. Tiritava! .....

....Odores fétidos e nauseabundos, todavia, revoltavam-me brutalmente o olfato. Dor aguda, violenta, enlouquecedora, arremeteu-se instantaneamente sobre meu corpo por inteiro, localizando-se particularmente no cérebro e iniciando-se no aparelho auditivo.
Presa de convulsões indescritíveis de dor física, levei a destra ao ouvido direito: - o sangue corria do orifício causado pelo projétil da arma de fogo de que me servira para o suicídio e manchou-me as mãos, as vestes, o corpo... Eu nada enxergava, porém.
Convém recordar que meu suicídio derivou-se da revolta por me encontrar cego, expiação que considerei superior às minhas forças. Injusta punição da natureza aos meus olhos necessitados de ver, para que me fosse dado obter, pelo trabalho, a subsistência honrada e ativa.

Sentia-me, pois, ainda cego; e, para cúmulo do meu estado de desorientação, encontrava-me ferido. Tão somente ferido e não morto! Porque a vida continuava em mim como antes do suicídio!.....

....O mais surpreendente silêncio continuou enervando-me. Indaguei mal-humorado por enfermeiros, por médicos que possivelmente me atenderiam, dado que me não encontrasse em minha residência e sim retido em algum hospital; por serviçais, criados, fosse quem fosse, que me obsequiar pudessem, abrindo as janelas do aposento onde me supunha recolhido, a fim de que correntes de ar purificado me reconfortassem os pulmões; que me favorecessem coberturas quentes, acendessem a lareira para amenizar a gelidez que me entorpecia os membros, providenciando bálsamo às dores que me supliciavam o organismo, e alimento, e água, porque eu tinha fome e tinha sede!....

....Após esforços desesperados, levantei-me. Meu corpo enregelado, os músculos retesados por entorpecimento geral, dificultavam-me sobremodo o intento. Todavia, levantei-me. Ao fazê-lo, porém, cheiro penetrante de sangue e vísceras putrefatos reacendeu em torno, repugnando-me até às náuseas. Partia do local exato em que eu estivera dormindo. Não compreendia como poderia cheirar tão desagradavelmente o leito onde me achava. Para mim seria o mesmo que me acolhia todas as noites! E, no entanto, que de odores fétidos me surpreendiam agora! Atribui o fato ao ferimento que fizera na intenção de matar-me, a
fim de explicar-me de algum modo a estranha aflição, ao sangue que corria, manchando-me as vestes. Realmente! Eu me encontrava empastado de peçonha, como um lodo asqueroso que dessorasse de meu próprio corpo, empapando incomodativamente a indumentária que usava, pois, com surpresa, surpreendi-me trajando cerimoniosamente, não obstante retido num leito de dor. Mas, ao mesmo tempo que assim me apresentava satisfações, confundia-me na interrogação de como poderia assim ser, visto não ser
cabível que um simples ferimento, mesmo a quantidade de sangue espargido, pudesse tresandar a tanta podridão, sem que meus amigos e enfermeiros deixassem de providenciar a devida higienização.
 
Inquieto, tateei na escuridão com o intuito de encontrar a porta de saída que me era habitual, já que todos me abandonavam em hora tão critica. Tropecei, porém, em dado momento, num montão de destroços e, instintivamente, curvei-me para o chão, a examinar o que assim me interceptava os passos. Então, repentinamente, a loucura irremediável apoderou-se de minhas faculdades e entrei a gritar e uivar qual demônio enfurecido, respondendo na mesma dramática tonalidade à macabra sinfonia cujo coro de vozes não cessava de perseguir minha audição, em intermitências de angustiante expectativa.
 
O montão de escombros era nada menos do que a terra de uma cova recentemente fechada!
 
Não sei como, estando cego, pude entrever, em meio as sombras que me rodeavam, o que existia em torno!

Eu me encontrava num cemitério!.....

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Nota: Ninguém tem o direito de tentar impedir a ordem natural da vida. 
Aconselho a leitura do livro juntamente com a obra Lições de Um Suicida de Abel Sidney para possíveis esclarecimentos.